Política | Da Redação | 03/11/2024 10h16

A difícil tarefa de Tereza: unir a direita em MS

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Ainda que tenha saído das eleições como uma das principais vitoriosas, a senadora Tereza Cristina (PP) deve ter uma difícil missão de olho em 2026: juntar os cacos e curar as feridas da direita bolsonarista em Campo Grande, que rachou após algumas decisões questionáveis de seu maior expoente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na pré-campanha, Tereza dava como certo o apoio de seu amigo pessoal Bolsonaro à campanha de Adriane Lopes (PP). Em um cenário mais pessimista, o ex-presidente poderia, no máximo, apoiar um candidato de seu próprio partido em Campo Grande.

Nem uma coisa, nem outra. Surpreendendo a todos, Bolsonaro decidiu apoiar Beto Pereira (PSDB), em uma articulação encabeçada pelas principais lideranças tucanas em Campo Grande, e, de quebra, implodiu uma crise em seu próprio partido.

O apoio do ex-presidente ao PSDB ainda detonou as candidaturas do PL nas principais cidades: Dourados e Três Lagoas, por exemplo, acabaram nas mãos dos tucanos Marçal Filho e Cassiano Maia.

Em Campo Grande o tiro ainda saiu pela culatra. Beto Pereira sequer avançou ao segundo turno e deixou os seguidores de Bolsonaro ainda mais perdidos.

No segundo turno, uma ala mais apegada a Bolsonaro seguiu a ordem do ex-presidente, que, finalmente, decidiu apoiar Adriane. Outra ala, porém, foi com Rose, já que a candidata do União Brasil apoiou Capitão Contar durante o segundo turno na disputa pelo Governo do Estado.

O racha, que já era nítido durante o primeiro, turno, ficou ainda mais explícito no segundo. Apoiador de Adriane, o vereador Tiago Vargas, bolsonarista fervoroso, entrou em pé de guerra com o deputado estadual João Henrique Catan, outro seguidor do Capitão, mas que decidiu embarcar no projeto de Rose.

Em entrevista ao Midiamax, Tereza, que venceu Reinaldo Azambuja, Eduardo Riedel e até mesmo Jair Bolsonaro no pleito deste ano, preferiu não tripudiar sobre os adversários.

“O momento agora é para fortalecer a direita”, apaziguou. “Temos que consolidar, nos unirmos. Não tivemos toda a direita junta, mas as eleições mostraram que temos um caminho e temos que ter inteligência. Deixar as vaidades de lado e pensar no Brasil que queremos”, avaliou.

Com a vitória na capital sul-mato-grossense, o PP agora comanda o maior colégio eleitoral do Estado e administra 16 dos 79 municípios. Em 2020, apenas três prefeitos foram eleitos pelo partido.

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